Auréola noturna

 

Concentro os sentidos na caída da noite,
que calmamente sopra o sol
apagando-o devagarinho,
como quem sopra delicadamente 
a chama de uma vela.
O meu gato estende o corpo sobre o tapete
e um piano ressuscita os melhores clássicos;
Mozart, Beethoven, Chopin...
O gato dorme e eu escrevo, divago...
 
Encaminho o olhar para o afável movimento
das árvores, onde o vento
poeticamente as vai amando...
 
Rumo à Terra
o néctar da poesia,
numa auréola noturna,
orna as janelas de cada lar,
num ato puro e silencioso
que carrega em si um poema de amor
para um mundo que precisa
de aprender benevolência e perdão.

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