A carta, nunca a abri
A carta, nunca a abri, pois, o seu teor
já me fora dito pelo teu desapego,
nos breves olhares com tão pouco amor,
e nas noites vazias, sem aconchego.
Naquela carta jamais lida, o que restava?
Um elo quebrado, sentimentos em vão,
a palavra despedida, nunca sussurrada,
desculpas, ocas, beirando a encenação.
O passado é um capítulo, não o livro concluído.
Apenas uma carta, um selo e um episódio vivido,
sabendo que, após a dor, virá a renovação.
Na dança das estações, o outono se despe,
mas logo a primavera, em cores, nos aquece...
E a vida segue... novos amores virão.
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