O corvo e a tempestade

 

A noite ficou escura e o vento sopra torvo,

a chuva bate tão solitária na janela,

talvez fuja do agouro do corvo

que bate as negras asas atrás dela.

 

Por que chove assim, canta o corvo e sopra o vento

se nem sequer é dezembro, mas sim agosto?!

Espreito pela vidraça e vejo o vento violento

a fazer girar o corvo que brinca bem-disposto.

 

Murmurei lenta alguns ais,

sem entender a negrura dos espaços celestiais,

para de seguida sorrir enternecida ao perceber,

 

que enquanto eu fiquei desorientada, aborrecida

por uma tempestade que chegou perdida

o corvo abriu as asas, quis brincar...  quis viver!



 

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